29 novembro 2007
Dia 1 - 9:30-10:00
9:30 Em dois segundos, Fernando retirou uma butterfly* da parte de trás do cinto, abriu a faca com maestria e arremessou-a em direção à Georges.
PLÁCT!
G- MEU DEUS! O que-
A faca tinha fincado exatamente no meio do telefone, destruindo o aparelho.
Georges, de reflexo, largou o telefone; levantou-se e andou velozmente para trás até encontrar a parede, e foi se esgueirando por ela.
G- Meu Deus o que você - quem, o quê? Meu Deus!! Não nos machuque!!
Fernando, sem muito pensar, e com uma calma profunda munida de determinação, foi até ali e retirou sua arma.
F- Agora... vamos manter a calma. Não entrem em pânico, senhores. - ANDA!! NÃO ADIANTA TENTAR NADA, TODAS AS SAÍDAS ESTÃO CERCADAS!!! F- Ah... conte-me uma novidade.
Caminhou até o outro homem na sala, que continuava sentado.
F- Senhor, poderia...
Indicou com a butterfly que o homem deveria se levantar. Ele, porém, não se moveu.
- Não sabe o que está fazendo, garoto... não sabe quem eu sou.
Fernando deu uma risadinha. “Não sei, senhor secretário de justiça?”...
F- Levante-se. - Minha escolta estava no corredor. Provavelmente já devem ter chamado reforços. F- LEVANTE-SE!
Pegou o secretário pelo colarinho e o arrastou até a janela à direita, ficando frente-à-frente com o homem. A butterfly era a única coisa entre os dois, com a lâmina afiada muito próxima do olho direito do senhor secretário.
- NÓS VAMOS INVADIR A SALA SE NÃO RESPONDER! F- Vai me tirar daqui. - Não posso fazer nada, garoto... F- Isso não devia estar acontecendo!! - 1! - Eu não tenho nada a ver com seus problemas... F- É o secretário de justiça. - Não me meta em sua encrenca, garoto! - 2! F- Diga para eles não invadirem o lugar!
O secretário abriu um sorrisinho.
- Nunca. - 3!!
Mas antes de qualquer atitude dos seguranças de fora, Georges, que ouvia tudo, correu para a porta e gritou com toda a força de seus pulmões.
G- NÃO, NÃO INVADAM!! ELE TEM O SECRETÁRIO DE JUSTIÇA JOSÉ AUGUSTO MACHADO DE REFÉM!!!
9:45
Fr- Sim… é realmente estranho.
Sara estava no gabinete de Francisco, empolgada e nervosa ao mesmo tempo. Aquele registro telefônico era seu grande trunfo.
S- Não é? Isso com certeza foi apagado dos registros originais, então só pode ter sido alguém muito grande, não concorda??? E esse telefonema não identificado, já que não mandou ninguém averiguar, eu- Fr- SARA! Faça o favor de ficar quietinha e se sentar!
Subitamente, como se seu entusiasmo tivesse levado uma pancada, ela caiu na cadeira completamente calada.
Fr- O que eu estou achando estranho é que este foi o registro que a senhorita me pediu semana passada. S- Ahn... sim. Foi este mesmo. Fr- E a senhorita demorou uma semana para ver? Que eu saiba, ele parecia de tanta importância semana passada. Atrasou seu relatório por ele. O que me diz disso, Sara? S- Chico, eu... Fr- Usou isso aqui como desculpa, não é? E está usando de novo! Seu relatório não está pronto, está? S- Está 90% pronto, mas agora que eu vi isso, eu preciso- Fr- Refazer. Certo. Precisa mesmo, Sara...
A garota achou estranha a reação calma de seu chefe.
Fr- Aliás, ficará um bom tempo aqui na delegacia preenchendo seus relatórios. Aliás, aliás... ficará aqui um bom tempo preenchendo relatórios de muita gente. S- O quê? Fr- Eu não admito gente me passando a perna, mocinha. Já te dei chances demais. Dane-se. Agora, fica presa aqui na minha “burrocracia” preferida. S- Não pode fazer isso! Eu descobri essa pista, delegado! Fr- E eu faço questão de passar isso para um dos nossos melhores agentes. S- Não é justo! Fr- Não é justo eu me queimar com o secretário de segurança por sua culpa, Sarinha! Mas que merda! Eu aqui todo preocupado, com o meu na mão, e você “esquecendo” de verificar um registro telefônico importante desses!! S- Eu não- Fr- Chega! Pode dar o fora daqui! Esse registro fica comigo. E volte para o seu relatório!!
Sara levantou-se bufando, e, como fez anteriormente, saiu da sala batendo a porta.
9:50
J- Georges, fez uma grande burrada... F- Ele fez o que era sensato aqui.
A situação continuava praticamente a mesma. Alguns minutos se passaram em silêncio depois do berro de Georges, mas Fernando continuava praticamente na mesma posição. Georges tinha voltado a se esgueirar - mas, desta vez, contra a janela, ao lado de José Augusto - e também na mira da ponta da butterfly de Fernando.
“Acho que eles já devem ter raciocinado... e pensar que eu entrei com planos totalmente diferentes”.
Nova hora de agir.
F- Senhor secretário... me daria licença?
Pegou violentamente o homem pelo colarinho mais uma vez, e caminhou até a porta. Usava-o de escudo.
F- Georges, poderia?...
Tremendo como uma vara verde, Georges engoliu seco, foi até a porta e abriu.
Havia uns vinte homens lá fora, todos armados, muito bem posicionados. Não havia qualquer rota de fuga para Fernando.
“Era de se imaginar”.
- Senhor! Está bem? F- SILÊNCIO! Eu vou sair daqui, tudo bem? Vamos todos colaborar para a vida do secretário ser poupada. Vamos, senhor secretário, diga-lhes para abrirem caminho.
Silêncio.
O homem não obedeceu.
F- Secretário... não queremos ver uma notícia trágica envolvendo seu nome, não é mesmo? J- ... F- Vamos! Diga-lhes!! É uma ordem!
Pressionou a ponta da lâmina em seu pescoço, fazendo um pequeno furo que levemente começou a sangrar.
J- Argh! F- Ande! J- Idiota... nunca devia ter chegado até aqui.
E, rapidamente, João Augusto colocou sua perna para trás e girou o corpo para a esquerda – livrando-se da faca e desequilibrando Fernando.
F- Não!
No mesmo impulso de se ajeitar, João levantou a mão e deu-lhe um soco na cara, seguido de um chute na parte de trás do joelho, fazendo com que Fernando se desequilibrasse mais uma vez e batesse as costas na soleira da porta. Derrubou a butterfly. O secretário a chutou. Fernando levantou a mão para avançar contra o secretário, ele esquivou. Deu três passos para a frente, tentando atingi-lo mais uma vez, tentar pegar a arma. Georges só via a cena, o secretário recuou mais uma vez, e Fernando, quando foi avançar novamente... ouviu o barulho do tiro.
Um segundo de silêncio absoluto.
F- Argh...
Um dos seguranças tinha usado sua arma.
E, agora, o garoto jazia no chão.
10:00
*: é uma faca, tipo canivete, veja aqui.
PS: Fernando levou um tiro! :O PS2: E a Sara hein, tadinha. HAHA PS3: Eu gosto do Chico :A
por Tatah, às 00:33
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